domingo, 14 de janeiro de 2018

PSOL lançará pastor candidato para enganar conservadores.

Partido tenta se aproximar de evangélicos, apesar de agenda anticristã 



O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) é um contrassenso até no nome da sigla. Afinal, os países de regime socialista sempre violentaram as liberdades individuais. Cuba, maior modelo dos psolistas, desde sua revolução acabou com a liberdade de culto e a Bíblia foi proibida por décadas.
A única tentativa bem-sucedida dos psolistas em eleger um evangélico mostrou claramente como funciona a lógica do partido. Eleito em 2014, o Cabo Daciolo foi expulso do PSOL pouco mais de um ano depois por defender suas convicções cristãs.
A nova experimentação para atrair “evangélicos de esquerda”, outro contrassenso que se encaixa bem no perfil do partido é o vereador de Niterói (RJ) Henrique Vieira, 30. Ele é pastor da Igreja Batista do Caminho e será lançado à Assembleia Legislativa do Rio.
Segundo a reportagem da Folha de São Paulo, essa candidatura “robusteceria planos da sigla em se aproximar de eleitorados tidos como inclinados a cair no colo da direita”. Vieira foi assessor de Marcelo Freixo, defensor da necessidade do PSOL “abrir um diálogo progressista” com aqueles que a esquerda sempre repudiou. Ou seja, tenta conquistar votos de evangélicos, apesar de agenda anticristã
“Não acho que evangélicos ou policiais têm que ser tratados como reacionários, porque esse rótulo não diz respeito à cabeça da maioria deles. Muitas vezes a esquerda constrói essas bolhas, que são muito aconchegantes, porque você fica falando entre os iguais. A gente está num momento em que tem que buscar o comum, mais do que o idêntico”, afirmou Freixo, que quando disputou o segundo turno com Marcelo Crivella (em 2016) sempre depreciou a religião do oponente.
Vieira já apareceu no programa Encontro com Fátima Bernardes algumas vezes, onde defendeu que evangélicos e umbandistas são irmãos. A partir de sua igreja surgiu o movimento “Frente Evangélica pela Legalização do Aborto” uma bandeira conhecida do PSOL.
Ele também é frequentador das reuniões do #342, um movimento político liderado por Paula Lavigne e Caetano Veloso que defendeu exposições como a do Quermuseu e ataca o deputado federal Marco Feliciano, desafeto de Jean Wyllys, o psolista mais ativo do Congresso.
Para seus apoiadores, segundo a Folha, o pastor Henrique Vieira seria um exemplo que “nem todo evangélico é fundamentalista” e não representa as “pregações cheias de ódio em programas de TV e muito menos à lamentável Frente Parlamentar Evangélica”.
Ele diz estar acostumado a ser criticado por ser “crente de esquerda” e reconhece que, para a maioria dos evangélicos os adjetivos mais comuns para ser referir a eles são “lobo, falso, imoral, herege”.
O líder batista tenta se apresentar como o oposto de quem defende os valores cristãos na TV. Usando todos os chavões típicos da esquerda, ele dispara: “Existe um referencial evangélico televisivo e político que é muito extremista. Costumo dizer que são púlpitos cheios de sangue, na medida em que reforçam discursos machistas, homofóbicos e racistas que estimulam violência contra mulheres, LGBTQ e irmãos e irmãs de matriz afrobrasileira.”
Não deixa de ser curioso ver um defensor do aborto falando em sangue, afinal, nas redes sociais celebrou o apoio “por unanimidade”, em assembleia de sua igreja, a ação no Supremo Tribunal Federal para descriminalizar o aborto. “Em canto, orações e debate, decidimos em favor de uma política de defesa da vida, porque a criminalização mata”, garante.
Mas esse talvez não sejam seu maior contrassenso. Em postagem no Facebook diz que Deus é uma “Mulher Preta carregando a maior resistência do mundo” e avisa aos críticos: “Se essa imagem parece incômoda e requerendo mil explicações, é fruto do patriarcado e do racismo”.
Comungante de uma teologia liberal que reúne, por exemplo, igrejas inclusivas –  apoiadoras do casamento gay defensora dos transgêneros como ‘imagem de Deus’ – Henrique Vieira parece desconhecer o significado do conceito bíblico de “pecado” e talvez seja uma boa representação de Mateus 7:15-20.
Em outubro será possível dizer se mais essa tentativa de ‘desconstrução’ do termo evangélico pela mídia brasileira está tendo o efeito desejado.
(https://noticias.gospelprime.com.br/psol-lancara-pastor-candidato-para-enganar-conservadores/)
Gregório Duvivier ataca cristãos: “Que Deus pequeno, esse de vocês”



O humorista e dublê de escritor Gregório Duvivier é um ateu militante, ligado ao PSOL e que repetidas vezes já demonstrou seu desprezo pela fé cristã. Em sua coluna da semana passada, na Folha de São Paulo, chamou Jesus de “comunista” e “baderneiro” tentado manter uma narrativa comum do marxismo cultural no Brasil. 
A maioria dos cristãos ignora a força que Duvivier e seu grupo tem, com vídeos que semanalmente são exibidos milhões de vezes no Youtube, além de seus programas de TV em canais pagos, filmes e livros. 
Após Marco Feliciano ter rebatido a coluna de Duvivier, dizendo que irá procurar as “as medidas policiais cabíveis”, o humorista voltou a atacar o pastor, seu antigo desafeto. Por tabela, ridicularizou todos os cristãos que o criticam por praticar, insistentemente, o vilipêndio da fé. Não só evangélicos, cabe lembrar. Católicos estão processando o Porta dos Fundos por considerar vídeos do grupo ofensivos à fé
Na texto que publicou nesta segunda-feira (1) na Folha de São Paulo, Gregório Duvivier não mencionou Marco Feliciano pelo nome, mas fez alusão ao vídeo do deputado. Já no título uma ofensa aos cristãos: “Pai, perdoa-lhes porque não entenderam P*** nenhuma”. Parodiando a Bíblia, o humorista também escreveu “é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um pastor corrupto entrar no reino dos céus”. 
Também afirmou que falava de “um pastor-deputado acusado de estupro, corrupção e chapinha”. Citando comentários de cristãos nas redes sociais e críticas ao seu texto de desinformação da semana passada, disparou: “Pra muita gente, Jesus é uma espécie de genocida rancoroso que não suporta ouvir uma piada e sai matando geral, até quem já morreu. Não sei de onde tiraram isso. Procurei no Novo Testamento, mas não achei nenhuma menção de Jesus ao destino dos humoristas… Que Deus pequeno, esse de vocês. Um Deus que se incomoda com piada, um Deus que fica chateado quando vocês transam, um Deus que se importa com o que vocês vestem, isso não é um Deus, isso é um síndico que mora no andar de baixo”. 
Reforçando seu discurso incoerente, rebateu ainda o questionamento feito por Feliciano em outras ocasiões do por que o Porta dos Fundos não fazer piadas com o Islamismo e Maomé, Duvivier justificou: “Nunca nenhum muçulmano bateu na minha porta perguntando se eu conheço a palavra de Maomé, nunca vi se formar uma bancada muçulmana no Congresso brasileiro, nunca vi alguém por lá legislando de acordo com o Alcorão, nunca vi minha cidade ser governada por um aiatolá”. 
Os argumentos de Duvivier são falaciosos. Primeiramente por que não há provas que Marco Feliciano esteja envolvido em corrupção. Além disso, Duvivier tenta citar o Novo Testamento, que ele sequer acredita que seja real, para ridicularizar quem acredita. Ainda que não se justifiquem as manifestações de ódio gratuito nas redes sociais – que segundo ele são de cristãos que desejam sua morte – é infantil dizer que não sabe como é um país governado por islâmicos. 
Como um formador de opinião, em um jornal de grande alcance, ele demonstra (literalmente) má fé. Também contradiz diretamente o que seu sócio no Porta dos Fundos Fábio Porchat declarou ao Estado de São Paulo (em 2013) sobre essa questão. Questionado por que o Porta dos Fundos poupava os islâmicos, foi direto: “não faço piada com Alá e Maomé, porque não quero morrer! Não quero que explodam a minha casa, só por isso”. Dois anos depois, no mesmo jornal, voltou a falar sobre o tema: “Os cristãos não sabem se defender sozinhos. Os muçulmanos fanáticos, sim, esses sabem defender a honra da sua religião. Eles matam!”.

(https://noticias.gospelprime.com.br/gregorio-duvivier-ataca-cristaos-e-marco-feliciano-que-deus-pequeno-esse-de-voces/)

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Para onde vai a política brasileira?

Há meses acompanhamos o desenrolar de uma profunda crise política no nosso país, que acaba de ter como consequência o afastamento, ainda temporário, da presidente da República e a formação de um novo governo. Que dizer, diante dessa situação?

É difícil fazer uma avaliação serena e objetiva, uma vez que o conhecimento dos fatos e dos motivos de decisões tomadas nem sempre está ao alcance de todos. Além disso, a paixão política e ideológica pode turbar a objetividade das discussões. Mesmo assim, e apesar das perplexidades suscitadas, cada brasileiro foi formando a sua opinião. A meu ver, o Brasil passa, a duras penas, por um amadurecimento político, que terá consequências benéficas.

Muitos perguntam sobre a posição da Igreja Católica diante da crise. A esse propósito, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante a sua recente assembleia-geral, em abril passado, emitiu uma declaração com a posição do episcopado. O texto não entra propriamente no mérito das acusações feitas à presidente, reconhecendo que esse papel cabe às instâncias competentes da vida pública nacional.

Em matéria política, os cidadãos têm direito às suas próprias opiniões e por isso mesmo a Igreja Católica não obriga a aderir a uma posição única. No seio da própria Igreja, tratando-se de questões políticas, existe uma legítima diversidade de posições, contanto que não estejam em desacordo com as convicções da própria fé cristã. Vale lembrar um antigo dito, atribuído a Santo Agostinho: “No essencial, unidade; no secundário, liberdade; e em tudo, caridade”.

Os bispos, no entanto, manifestaram preocupações em relação ao cenário político, econômico, social e ético e apontaram critérios e referências importantes a serem levados em conta na busca da superação da crise brasileira.

Para que serve a política? Ela deve respeitar critérios éticos?

A atual polarização política atingiu níveis nunca antes vistos no Brasil e chega a passar a impressão de uma torcida apaixonada, na qual se quer, a todo custo, a vitória de um ou de outro lado. A política pode despertar paixões inflamadas, sobretudo quando é motivada por ideologias fortemente arraigadas; pode até tornar-se paixão cega e fanática, capaz de turbar a paz social. Não vai por aí o ideal da ação política, à qual se reconhece um papel essencial na edificação do convívio social e da paz.

Depois da tempestade, a bonança permite olhar com mais serenidade o cenário e retomar a reflexão sobre o que, de fato, importa para que a vida continue. Permito-me fazer alusão a alguns princípios fundamentais da doutrina social da Igreja, que deveriam iluminar a inteira vida política de um povo.

Primeiro de todos, o princípio da dignidade da pessoa humana é a razão de ser e sustento de toda instituição e toda ação política – que seriam ilegítimas e espúrias se fossem contrárias à dignidade da pessoa humana, ou não fizessem caso dela. Como qualificar a ação política que não fosse orientada fortemente pela promoção desse bem fundamental?

Vem, depois, o princípio do bem comum, que leva em conta a igual dignidade e os mesmos direitos fundamentais de todas as pessoas. A vida social e política deve estar orientada para a consecução do bem de todos, e não apenas de alguns. A promoção do bem comum é dever de todos os cidadãos e de todas as instituições e autoridades públicas, É objetivo primário do Estado e de tudo aquilo que o representa.

Cabe ao Estado assegurar a coesão e a organização da sociedade civil, da qual ele é expressão máxima. Já ensinava o papa Leão XIII na primeira encíclica social (Rerum novarum, 1891) que o objetivo da vida social é o bem comum historicamente realizável. A promoção do bem comum é a própria razão de ser da autoridade política; se deixasse de estar orientada por essa motivação, ela deixaria de cumprir a sua missão primordial.

Outro princípio importante que deve orientar a vida social e política é a “destinação universal dos bens”. Os bens existentes neste mundo destinam-se ao sustento de todos, “com o critério da equidade, tendo por guia a justiça e por companheira a caridade” (Gaudium et spes, 69). Ninguém deve ser excluído, a priori, do uso dos bens e nenhuma pessoa deveria ser privada do necessário para viver dignamente. Assegurar o acesso aos bens indispensáveis à vida digna para todos é uma das atribuições mais relevantes da política e de quem governa.

Necessário para ordenar e dinamizar a vida social e política também é o princípio de subsidiariedade, apontado já pelo papa Leão XIII, na encíclica antes citada. O poder do Estado e o exercício da autoridade não podem ser concentrados e sufocantes, mas precisam respeitar as múltiplas competências das instâncias intermediárias entre o cidadão e o Estado. Das organizações da sociedade civil surge um tecido social vivo e dinâmico, onde se expressam as pessoas e se traduzem os valores por elas cultivados. Toda pessoa tem o direito de participar da vida social e política. O poder concentrado no Estado empobrece e sufoca a sociedade, sua iniciativa, liberdade e responsabilidade.

E não pode ser ignorado o princípio da solidariedade. Há uma interdependência inequívoca de todas as pessoas e de todos os povos, que vai ficando sempre mais evidente à medida que cresce o fenômeno da globalização. O papa Francisco evidenciou esse fato, de maneira prática e inquestionável, na sua encíclica Laudato sì, sobre as questões ambientais. O futuro da natureza e do planeta Terra, nossa “casa comum”, depende do cuidado de todos: para o bem e para o mal.

Difícil seria edificar o futuro do nosso país sem levar em conta esses princípios basilares da vida social e política. Nem mesmo a pluralidade dos partidos ou as divergências ideológicas poderiam prescindir deles.

Dom Odilo P. Scherer, O Estado de S.Paulo
14 Maio 2016 | 03h00